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A Creta Minóica

Artigos > Grécia Antiga  |  6,5 mil visualizações  |  914 palavras  |  0 comentário(s)

Capa do artigo: A Creta Minóica

As damas de azul. Pintura da parte externa do Palácio de Cnossos. Atualmente em exibição no Museu Arqueológico de Heraclião, Creta.

Sir Arthur Evans, o arqueólogo britânico que escavou as ruínas de Cnossos, chamou a cultura da Idade do Bronze em Creta de Minóica, a partir do lendário rei Minos.

Para o material escavado, Evans inventou um esquema cronológico que consiste em nove períodos para a civilização minóica. São os período Minoano Antigo, Médio e Recente, cada um com três subdivisões, seguindo aproximadamente o modelo de divisão tripartite da história egípcia com o Antigo, Médio e Novo Reino.

Arthur Evans com alguns dos seus achados da ilha de Creta.

Nosso conhecimento da Creta minóica primitiva vem principalmente de sepultamentos e de vários locais de assentamentos que foram escavados. Trabalhos artísticos deste período indicam que foram feitos avanços na gravação de pedras preciosas, trabalhos em pedra (especialmente vasos), metalurgia e cerâmica. Também aparecem tigelas de terracota com pedestais altos, e ferramentas de polimento foram usadas para decoração.

Os Palácios

Por volta de 1900 a.C., durante o período Minóico Médio, a civilização de Creta alcançou seu apogeu com o estabelecimento de centros, chamados palácios, que concentravam poder político e econômico, bem como atividades artísticas, e podem ter servido como centros para a redistribuição da produção agrícola.

Maquete do Palácio de Cnossos. Esse modelo é feito de madeira, mas o palácio de Cnossos era de alvenaria. Museu Arqueológico de Heraclião, Creta.Uma reconstrução do palácio de Cnossos no seu auge.

Palácios maiores foram construídos em Cnossos e Mallia, na parte norte de Creta, em Festo, no sul, e em Zacro, no leste. Estes palácios distinguem-se pelo seu arranjo em torno de um pátio central pavimentado e pela sofisticada alvenaria.

Mapa da ilha de Creta com os principais sítios arqueológicos minóicos em destaque.

Em geral, não haviam muralhas defensivas, embora tenha sido identificada uma rede de torres de vigia que pontuavam as principais estradas da ilha. As paredes e o chão dos palácios eram frequentemente pintados, e afrescos coloridos (como a imagem de capa desse artigo) mostravam rituais ou cenas da natureza.

Haviam instalações sanitárias, bem como provisões para iluminação e ventilação. As casas usadas para habitação nos palácios eram, assim como as melhores casas minóicas, bem espaçosas.

A escrita

Com os palácios, surgiu o desenvolvimento da escrita, provavelmente como resultado das novas demandas para a manutenção de registros da economia palaciana. Os minóicos empregavam dois tipos de escrita, uma escrita pictográfica cuja fonte de inspiração era provavelmente a egípcia, e uma escrita linear, a chamada linear A, talvez inspirada no cuneiforme do Mediterrâneo oriental.

Tabletes com a escrita Linear A. Museu Arqueológico de Sitia, Creta.O Disco de Faesto. Esse objeto encontrado nas ruínas do Palácio de Faesto apresenta uma escrita pictográfica que até hoje não foi decifrada. Museu Arqueológico de Heraclião, Creta.

Essas escritas são encontrados em tabletes de argila secos ao sol, e são principalmente registros administrativos. Também estão presentes em objetos rituais, como machados duplos em miniatura e mesas de libação de pedra; e em cerâmica e anéis.

Machado duplo feito de ouro contendo quatro caracteres da escrita Linear A. Cerca de 1550-1500 a.C.. Museu Arqueológico de Heraclião, Creta.

Evidências arqueológicas sugerem que os palácios minóicos também funcionavam como centros de rituais, embora importantes atividades religiosas também ocorressem em locais de culto no campo, como cavernas, nascentes e santuários em regiões altas.

Economia Minóica

Grande parte da primeira metade do segundo milênio a.C. foi uma época de prosperidade generalizada para os minóicos, e um período de comércio ativo com outras civilizações da bacia do Mediterrâneo.

As exportações de Creta consistiam de madeira, alimentos, tecidos e, muito provavelmente, azeite de oliva, bem como itens de luxo finamente trabalhados.

Alguns dos muitos vasos de cerâmica encontrados por Arthur Evans durante as escavações em Cnossos, por volta de 1900. Usados para armazenamento de grãos, óleos e líquidos.

Em troca, os minóicos importavam estanho, cobre, ouro, prata, esmeril, pedras finas, marfim e alguns objetos manufaturados. Para as suas necessidades básicas, no entanto, os minóicos eram auto-suficientes.

Essa magnífica cabeça de touro foi encontrada nas ruínas do Palácio de Cnossos. Essa é a mesma cabeça que Arthur Evans aparece segurando na primeira foto desse artigo. Cerca de 1550-1500 a.C. Museu Arqueológico de Heraclião, Creta.

Durante este período, grandes avanços foram feitos em metalurgia e cerâmica - requintada filigrana, jóias granuladas e selos esculpidos em pedra revelam uma extraordinária sensibilidade aos materiais e formas dinâmicas. Essas características são igualmente aparentes em uma variedade de mídias, incluindo argila, ouro, pedra, marfim e bronze.

Declínio de Creta

A partir de 1500 a.C., houve uma influência crescente da cultura micênica no continente grego, e há uma clara evidência arqueológica de destruição generalizada da ilha por volta de 1450 a.C.

As ruínas do palácio de Cnossos, vistas de cima.

Se os micênicos não foram responsáveis por essa destruição, eles certamente se aproveitaram desses acontecimentos - os registros administrativos encontrados em Creta relativos a esse período estão escritos em Linear B, a escrita dos gregos micênicos. E a cerâmica contemporânea mostra uma mistura de características estilísticas minóicas e micênicas. No começo do século 11 a.C., a cultura minóica de Creta estava em pleno declínio.

Tradução de texto escrito por Colette Hemingway e Seán Hemingway
Outubro de 2002

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Foto de membro da equipe do site: Moacir Führ

Postado por

Moacir Führ

Moacir tem 36 anos e nasceu em Porto Alegre/RS. É graduado em História pela ULBRA (2008-12) e é o criador e mantenedor do site Apaixonados por História desde 2018.



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Fontes bibiliográficas:

Castleden, Rodney. Minoans: Life in Bronze Age Crete. New York: Routledge, 1990.
Dickinson, Oliver. The Aegean Bronze Age. Cambridge: Cambridge University Press, 1994.
Higgins, Reynold. Minoan and Mycenaean Art. Rev. ed. New York: Oxford University Press, 1981.
Hood, Sinclair. The Minoans. New York: Praeger, 1971.

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